A Polícia Federal concluiu relatório que aponta o ex-presidente e seu filho como responsáveis por tentativas de interferir no andamento do processo no STF.
A Polícia Federal indiciou nesta terça-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sob a acusação de tentar atrapalhar a ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O documento entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) aponta indícios de coação no curso do processo, obstrução de investigação penal e atentado contra a soberania nacional.
Durante as apurações, os investigadores encontraram no celular de Jair Bolsonaro uma minuta de pedido de asilo político na Argentina, além de conversas com Eduardo e o pastor Silas Malafaia. As mensagens haviam sido apagadas, mas foram restauradas pela perícia. Para a PF, esses elementos indicam tentativa de interferência direta na condução do processo em andamento no STF.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Jair e Eduardo Bolsonaro agiram conscientemente, buscando envolver autoridades estrangeiras em negociações consideradas ilícitas, com o objetivo de pressionar o Judiciário e criar obstáculos às investigações da Operação Contragolpe.
Além do indiciamento, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou medidas cautelares ao ex-presidente: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, entrega do passaporte, proibição de contatos com investigados e de comunicação com diplomatas estrangeiros. Eduardo Bolsonaro também passa a responder formalmente dentro do processo, enquanto a decisão sobre eventual denúncia caberá à PGR.
O episódio marca mais um desdobramento da crise política e jurídica em torno dos atos de 8 de janeiro e da tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O indiciamento de Jair Bolsonaro e Eduardo reforça a gravidade das acusações e poderá definir os rumos de sua trajetória política e judicial nos próximos meses.
Com informações dos portais R7, Jovem Pan e CNN Brasil.
