Veja as homenagens às vítimas e como está o andamento jurídico do caso
Há exatos 10 anos, acontecia uma das maiores tragédias da história do país: o incêndio da Boate Kiss. No dia 27 de janeiro, 242 pessoas, a maioria jovens universitários, morreram. O vocalista da banda que se apresentava naquela noite, acionou um instrumento de pirotecnia. Como a casa era coberta por uma espuma altamente inflamável, o fogo se espalhou rapidamente. Após as investigações foram apontados diversos pontos que atrapalharam a fuga dos jovens.
Extintor sem funcionar
Os próprios integrantes da banda pegaram os extintores para apagar o fogo, porém, eles não funcionaram. Outras pessoas chegaram a encontrar extintores espalhados pelo local, mas também não foram acionados.
Superlotação
A Boate era muito conhecida na pequena Santa Maria. No dia 27 de janeiro, jovens recém-formados comemoravam o término da faculdade, ou início das férias. A casa tinha capacidade para 691 pessoas, mas naquela noite, foram registradas de 1.000 a 1.500 pessoas no local, segundo a Polícia Militar.
Dificuldade na saída
A Kiss tinha apenas uma porta de saída e entrada, o que dificultou o deslocamento do público. Cercas de ferro estavam espalhadas pelo local, o que não ajudou no fluxo para deixar a casa. Ao chegarem na porta, os seguranças impediram a saída das pessoas, achando que elas queriam deixar o local sem pagar. Ele exigiram as comandas, mesmo com os jovens avisando que a boate estava em chamas.
Falta de sinalização
Não havia sinalização para deixar o local. No desespero, as pessoas correram para uma luz, que na verdade era o caminho para o banheiro. Vários corpos foram encontrados no local.
Desde o início da semana, várias homenagens estão sendo feitas às vítimas e aos familiares. A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), com apoio da prefeitura e de outras organizações, preparou um cronograma que inclui intervenção de colagens de frases, exibição de documentário, vigília e missa.
Na quarta-feira, 25,foi feita a colagem de frases e fotografias da Praça Saldanha Marinho, onde se concentram as homenagens, até o prédio onde funcionava a casa noturna. Neste dia 27, quando se completam os dez anos da tragédia, haverá um culto ecumênico às 10h na praça Saldanha Marinho. Lá também, às 13h45, haverá soltura de balões.
Os integrantes da banda, sócios do local foram acusados, mas respondem em liberdade. O julgamento está suspenso, sem previsão de retorno.
Memória
O prédio da antiga boate será demolido e transformado em um memorial. A fachada terá um muro de concreto e tijolos que bloqueia a visão de praticamente todo interior. A entrada e saída fica em uma abertura no meio. Segundo o arquiteto Felipe Zene Motta, responsável pelo projeto, “a austeridade da fachada representa o luto”. Na parte central do interior, há um jardim circular cercado por 242 pilares de madeira. Cada um deles trará o nome de uma vítima e um suporte para posicionar uma flor.
Serviços de streaming lançaram séries para lembrar do ocorrido. No Globoplay, ”Boate Kiss: A Tragédia de Santa Maria” mostra imagens e ligações do dia 27 de janeiro de 2013, da polícia e dos bombeiros. Na Netflix, a série ”Todo O Dia A Mesma Noite” retrata a vida de alguns jovens, o momento do acidente, o luto de amigos e familiares, além do pedido de justiça.