Economia também recua e População Economicamente Ativa envelhece
A China registrou uma queda populacional pela primeira vez em 60 anos. Os dados foram anunciados pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS), em um briefing realizado nesta terça-feira, 17. A queda foi de 850.000 mil pessoas. Mesmo assim, a China ainda é o país mais populoso do mundo, com 1,411 bilhões de habitantes. A taxa de natalidade, a quantidade de nascimentos em um país, também teve queda. Passou dos 7,52 para 6,77 nascimentos por mil habitantes, o nível mais baixo da história.
Foram documentados os nascimentos de 9,56 milhões de bebês em 2022, número menor do que no ano anterior, onde a marca foi de 10,62 milhões de novas vidas. Este recorde demográfico negativo reflete diretamente na economia chinesa, que também não vai bem.
Em 2022, a China teve um crescimento econômico de 3%, um dos piores indicadores em quase meio século. A marca ficou bem atrás dos mais de 8% registrados em 2021. A expetativa do último ano, era chegar aos 5,5%.
O problema também está na outra ponta da régua. Há um inchaço na quantidade de idosos na China. Com isso, a População Economicamente Ativa (PEA), pessoas que estão disponíveis a dar ao país sua força de trabalho, diminui. Isso atrai menos investimentos, e limita o crescimento interno e externo da economia chinesa.
O governo pôs fim à ”Política do Filho Único”, em 2015, que estipulava aos casais um limite de ter apenas um filho. A medida estava inflacionando a população idosa. Houve um estímulo para que os casais tivessem dois filhos, mas a taxa de natalidade não sofreu grandes alterações. No ano passado, a medida sofreu uma nova flexibilização: o governo permite que cada casal tenha três filhos, prometendo até pagar em dinheiro quem atingir a marca.
No entanto, a população não tem aderido pelo alto custo de vida na China, as políticas de gênero no país e ao futuro econômico incerto.
Foto: The New York Times