O presidente Jair Bolsonaro encerrou ontem, 27, sua viagem oficial de três dias à Índia. Em encontro com o primeiro-ministro Narendra Modi no sábado, 25, durante a cerimônia Troca de Atos, Bolsonaro assinou, ao todo, 15 acordos e memorandos. Os documentos concentram-se em áreas como ciência e tecnologia, energia, segurança e previdência social. A intenção de Brasil e Índia é, até 2022, mais que dobrar o fluxo comercial entre os dois países – atualmente, a somatória é de US$ 7 bilhões.
Na ocasião, o primeiro-ministro defendeu as democracias brasileira e indiana, afirmando que ambas nações são grandes democracias e possuem dois governos de ideologia e valores semelhantes. Modi referiu-se ainda à aliança entre Brasil e Índia como estratégica. Uma das demandas levadas por Bolsonaro ao país asiático foi o estímulo do uso de etanol pela Índia. A ideia é que haja redução da produção de açúcar indiano, uma vez que a Índia é grande exportador da especiaria, condição que afeta o valor do produto no mercado internacional. Temática atual, a promessa de Bolsonaro de isentar indianos de visto não foi oficializada durante o encontro. O presidente brasileiro, contudo, reafirmou o compromisso na conversa com Modi.
“Assinamos quinze acordos. Pelo nosso lado, o Brasil, numa viagem internacional, não tínhamos notícia de tantos acordos – e bons acordos – serem assinados. Potencializamos, dessa forma, o nosso relacionamento. […] E nós, pela identidade existente, pelo potencial das nossas nações, vamos avançar e muito. Brasil e Índia estão entre as 10 maiores economias do mundo. Juntos, temos um bilhão e meio de habitantes e, assim sendo, é natural que um país possa oferecer muita coisa para o outro”, declarou a presidência em comunicado oficial.
No domingo, sob forte esquema de segurança, Bolsonaro esteve como convidado de honra do governo indiano na cerimônia do Dia da República da Índia, principal data nacional do país e para a qual um líder é escolhido anualmente. Agricultores locais criticaram a escolha de Bolsonaro como convidado de honra do Dia da República. Além dos compromissos burocráticos, o presidente participou de evento no memorial de Mahatma Gandhi, em homenagem ao líder do processo de independência da Índia. “Eu sou um capitão do exército. Ele é um pacifista, tá certo? Mas, obviamente, a gente reconhece o seu passado, sempre pregando a paz, a harmonia e a liberdade”, disse sobre o pacifista indiano.
Brasileiros deportados
Durante coletiva à imprensa na viagem, o presidente falou sobre a deportação de brasileiros detidos em território norte-americano após tentativa de passagem por fronteira ilegal com o México. “[…] Eu acho que qualquer país… as suas leis tem que ser respeitadas, né? Em qualquer país do mundo, onde pessoas estão lá de forma clandestina, é um direito daquele chefe de estado – usando da lei, né? – devolver esses nacionais. Lamento que os brasileiros foram buscar novas oportunidades lá fora e voltam pra cá deportados. Lamento, mas é a política que nós temos que respeitar, a soberania de outros países.”
Fonte: Das Agências